terça-feira, 22 de novembro de 2011

Vítimas de deslizamentos em Angra dos Reis recebem moradias em local seguro


Brasília – Mais 240 famílias de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, vão ser transferidas de áreas de risco para unidades habitacionais construídas em conjunto pelo governo federal, estado e prefeitura da cidade, e que foram entregues nesta sexta-feira (18/11). Os apartamentos, no Condomínio Morro da Glória, completam as 800 moradias, em três conjuntos residenciais, destinadas a pessoas afetadas pelos deslizamentos de terra corridos no município do litoral fluminense na madrugada de primeiro de janeiro de 2010.
O primeiro bloco de apartamentos, construído no Bairro do Areal, com 140 unidades, foi entregue em 18 de fevereiro deste ano. O segundo, na Japuíba, conta com 420 unidades e foi inaugurado em 12 de agosto. No total estarão sendo beneficiadas cerca de 4 mil pessoas.
Os recursos para realização das obras foram disponibilizados pelo Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), no total de R$ 80 milhões, tendo sido liberados até agora R$ 65 milhões, em três parcelas. A transferência dos R$ 15 milhões restantes está condicionada a análise da documentação complementar a ser encaminhada pela prefeitura de Angra.
A inauguração do Condomínio Morro da Glória aconteceu na tarde desta sexta-feira (18/11) em Angra dos Reis, com a presença do secretário nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, autoridades do estado, do município e representantes das comunidades beneficiadas.
Os deslizamentos de encostas de janeiro de 2010 em Angra dos Reis causaram a morte de 74 pessoas e deixaram mais de 2 mil desalojados e perto de mil desabrigados, segundo dados da defesa civil estadual.

Simulados de defesa civil serão realizados em São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Santa Catarina


Brasília - Moradores de quatro comunidades de São Paulo (SP), Contagem (MG), Vitória (ES) e Blumenau (SC) participarão simultaneamente, no próximo sábado (26/11), da quarta rodada dos Simulados de Preparação para Desastres (SPD).
Coordenados pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, os exercícios objetivam ensaiar uma retirada de emergência de famílias que vivem em áreas de risco e sob ameaça de chuva forte. Além disso, a ação busca consolidar procedimentos e conteúdos para a criação de um sistema permanente de monitoramento, alerta e alarme.
Com o simulado, os moradores serão capacitados para atuarem preventivamente em situação de desastre. Ou seja, eles terão conhecimento do quanto é importante saber agir em caso de um alerta da Defesa Civil para salvar vidas, tanto antes quanto depois da situação adversa.
Em São Paulo, o simulado será na Rua Beira Rio, Freguesia do Ó, Zona Norte. Em Contagem, no Bairro Industrial – Avenida Jorge Ferreira Gomes. Já em Vitória, o evento acontecerá na Rua Maria da Paixão Santos, Bairro Jaburu; e em Blumenau, no Bairro Velha Central - Ruas Cristina, Otto Metzner, Frederico Kôrte e João José Garcia Júnior.
A Sedec já organizou três ações desse tipo no Brasil. A primeira, em maio, no Nordeste - Maceió (AL), Salvador (BA), Recife (PE), depois, em outubro, na Região Serrana do Rio de Janeiro (Petrópolis e Nova Friburgo); e no dia 12/11 os exercícios envolveram moradores de Novo Hamburgo (RS) e Antonina (PR).
Como funciona
O exercício tem início com um alerta emitido pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), da Sedec, aos órgãos estaduais e municipais de defesa civil. O sinal apontará a ocorrência de fortes chuvas, com riscos de deslizamentos de terras nas referidas comunidades.
A segunda etapa envolverá diretamente as defesas civis locais, que irão disparar o alarme aos moradores das áreas vulneráveis via SMS, carros de som e líderes comunitários.
O terceiro passo será caracterizado pela evacuação das comunidades por meio de rotas pré-definidas, devidamente traçadas pelas defesa civil. Nesse momento, os moradores deixarão suas casas em direção a pontos estratégicos, de onde serão levados, por ônibus, a abrigos.
Por fim, uma vez abrigados, serão cadastrados e receberão orientações sobre como agir no momento do desastre, como se prevenir e ainda como conviver em abrigos.
Além de treinar as comunidades, os simulados permitirão, portanto, avaliar o preparo das coordenadorias estaduais e municipais, o grau de envolvimento da população em situações de riscos de desastres e a eficiência dos sistemas de cadastramento.
O evento conta com o apoio logístico e técnico das Coordenadorias Estaduais e Municipais de Defesa Civil. Tem ainda a participação da polícia militar, corpo de bombeiros, guardas de trânsito e sociedades civis organizadas (Núcleos Comunitários de Defesa Civil – Nudec).
Confira galeria de imagens do último simulado

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Brasil e Japão trocam experiência na prevenção a desastres naturais


Brasília - As técnicas usadas no Japão para prevenir comunidades em casos de terremotos e a estratégia para uma retirada rápida e segura diante de tsunamis. Duas ações que podem colaborar com os trabalhos de agentes da defesa civil em diversas regiões do Brasil.
Em parceria com o Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo do Japão, a Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) do Ministério da Integração Nacional recebeu na sexta-feira (11/11), especialistas japoneses em prevenção de desastres.
Com o objetivo de promover a troca de experiências entre os dois países sobre a prevenção dos efeitos de desastres naturais, o workshop representou a primeira atividade do governo brasileiro para a elaboração de projeto de cooperação técnica, em negociação entre Brasil e Japão.
Também participaram do workshop, representantes do Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério das Cidades, Ministério de Minas e Energia, Agência Brasileira de Cooperação e Agência de Cooperação Internacional do Japão. O evento foi realizado em conjunto com a Casa Civil e a Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, onde acontece nesta quarta-feira (16/11) a segunda edição do encontro, desta vez, com a participação de autoridades locais.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Defesa Civil Nacional coordena simulado de preparação para desastre em Novo Hamburgo (RS)


Novo Hamburgo (RS) – Chuva forte ao amanhecer e o nível do arroio Pampa chegando a sete metros, atingindo a cota de segurança. A Vila Kipling, na margem direita do córrego, está prestes a ser alagada. Moradores da Vila Getúlio Vargas, na outra margem, também estão sob ameaça.
Este foi o cenário de partida do simulado de preparação para desastre realizado neste sábado (12/11) em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, a 50 km de Porto Alegre, a capital do Estado. Nos anos de 2008 e 2009 a Vila Kipling, onde moram cerca de 500 famílias, foi totalmente inundada durante enchentes do Pampa, com a água subindo até um metro dentro das casas. As construções precárias do bairro começaram a ser erguidas há 20 anos, em área não regularizada.
Com o objetivo de conhecer os riscos para evitar perdas a simulação orienta moradores de áreas vulneráveis sobre como agir diante de uma situação de desastre provocado por chuva forte. O exercício é um treinamento também para os profissionais e voluntários que atuam em defesa civil.
Dinâmica – Os simulados têm sempre a mesma dinâmica. Ao soar uma sirene, ou ser alertados por carro de som percorrendo as ruas e mensagens por celular, os moradores devem pegar documentos e remédios necessários, desligar as chaves de luz e gás, e se dirigir a um local seguro, estabelecido previamente. A retirada ocorre por rotas também definidas com antecedência.
Em Novo Hamburgo o primeiro atendimento às “vítimas” mais graves, em uma rua próxima à Vila Kipling, foi feito por profissionais de saúde das redes municipal e estadual, utilizando equipamentos de reanimação, respiração artificial e remoção em ambulância até um helicóptero.
Outros participantes do treinamento se dirigiram ao colégio utilizado como abrigo e equipado com roupas, colchões, alimentos e até itens de recreação para as crianças. Um cadastramento realizado no local credenciou os envolvidos no exercício, cerca de 300 pessoas, a serem multiplicadores das orientações recebidas e também contatos da Coordenação Municipal de defesa Civil (Comdec) nas situações de emergência.
Sandra Silveira, 28 anos, diz que agora já sabe o que fazer quando o arroio transbordar. Ela conta que várias vezes teve que abandonar a casa onde vive com o marido e três filhos pequenos, um deles de seis meses. “A gente saia correndo sem saber pra onde ir. Agora pelo menos vamos saber o que fazer, é uma segurança”, disse ela ao se cadastrar. Adelor dos Santos, de 58 anos, também se declarou satisfeito com o treinamento, mas faz um alerta. “É preciso parar jogar lixo no arroio. É a sujeita que faz entupir o leito e a água escorrer pra fora”.
Meta alcançada – Para o coordenador do Departamento de Minimização de Desastres (DMD), da Secretaria Nacional de Defesa Civil, Alexandre Gomes, que acompanhou todo o simulado, o objetivo foi plenamente alcançado. “O envolvimento de todos - comunidade, voluntários, estado e município, mostra que nós estamos conseguindo construir soluções para as situações que representem risco para as pessoas. A idéia é nos anteciparmos aos desastres e evitar perdas de vidas humanas, sobretudo”, disse ele.
O coronel Oscar Moiano, da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec/RS) atribuiu ao simulado uma importância que transcende o município de Novo Hamburgo, devendo ser replicado em outras localidades do estado. “Atividades como as de hoje, neste evento, nos ensinam a realizar ações que minimizam os danos no momento do desastre”, afirmou, acrescentando que a Secretaria Nacional de Defesa Civil tem sido uma parceira dos gaúchos nas horas de dificuldade.
Simultaneamente ao simulado de Novo Hamburgo também foi realizado na manhã de sábado um exercício semelhante em Antonina, no Paraná, envolvendo moradores dos bairros de Graciosa e Portinho.
Comunidades em áreas de risco de Salvador (BA), Maceió (AL), Recife (PE), Petrópolis e Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, também já receberam o treinamento.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Publicada cartilha que traz passo a passo do pedido de recurso para ações de prevenção em área de risco


Brasília – A Secretaria da Defesa Civil (Sedec) do Ministério da Integração Nacional publicou em seu site cartilha com informações para que estados e municípios tenham acesso a recursos de transferências voluntárias destinadas a ações de caráter preventivo em áreas de risco. O trabalho foi finalizado em agosto e apresenta de forma explicativa a maneira correta para enviar os pedidos de transferência.
O objetivo, com a publicação do manual de orientações, é agilizar o repasse de recursos. A cartilha ensina como elaborar o plano de trabalho e o projeto básico, documentos necessários para a liberação do dinheiro. A engenheira e coordenadora da Sedec Rosilene Cavalcanti disse que a Defesa Civil espera, agora, que diminuam o número de erros e também o prazo para a aprovação de pedidos. "Quando recebemos os pedidos, observamos um alto número de erros e a ausência de certas informações na documentação apresentada, o que prejudica o andamento do processo. Por isso, resolvemos elaborar essa cartilha", explicou.
Segundo Rosilene, a ideia de disponibilizar a cartilha no site do Ministério da Integração Nacional surgiu após um teste, quando o material era enviado por e-mail aos municípios e estados. "Começamos enviando esse material por e-mail para alguns municípios. Observamos que houve uma melhora na produção do material enviado, por isso resolvemos disponibilizar no portal todas as orientações contidas na cartilha".
Ainda até o final deste ano, de acordo com a coordenadora, será lançado o manual para o repasse de recursos de transferência obrigatória, fonte de liberação de recursos que é usada na reconstrução e reabilitação de locais já afetados por desastres.

Edição: Lana Cristina
Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Implosões do Hotel das Nações e do Alvorada estão marcadas para as 10h

Dois tradicionais hotéis desaparecerão do mapa de Brasília. O Hotel das Nações, inaugurado em 1965, e o Alvorada Hotel, de 1975, serão destruídos para dar lugar a dois empreendimentos. Os novos hotéis fazem parte da preparação da capital para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo. As implosões ocorrerão simultaneamente amanhã. Por isso, das 8h às 11h, as vias serão interditadas, o shopping Pátio Brasil funcionará em horário alternativo e os hóspedes e funcionários dos hotéis vizinhos terão que sair da área de segurança.

Entre as ruas fechadas estão parte da W3 Sul, da W3 Norte, da W4 Sul, do Eixo Monumental e da S3, próxima ao Setor Comercial Sul. Além disso, as vias S1 e S2 serão totalmente interditadas até o término da operação. No Pátio Brasil, os cinemas e a praça de alimentação funcionarão a partir das 12h. As lojas deverão ter expediente das 14h às 20h.

Hoje, a partir das 23h, todo o Setor Hoteleiro Sul ficará cercado e os estacionamentos serão fechados a fim de impedir o acesso de veículos. Até o fim da ação, os serviços estarão paralisados. Alguns estabelecimentos terão programação especial para os hóspedes. O Bristol, localizado ao lado do Hotel das Nações, alugou um ônibus e fará uma excursão com as 60 pessoas que têm reserva para o dia. “Demorou para sair a data certa, então não podíamos deixar de marcar diárias. Os hóspedes gostaram da nossa alternativa”, explicou o gerente do hotel, Djacir Coelho.

Para a implosão, a empresa JC Gontijo gastará R$ 650 mil por prédio. Foi a empreiteira que comprou, em uma investida milionária, em junho, os dois antigos hotéis. O plano de fogo demorou um mês para ser completamente finalizado e serão gastos 500kg de explosivos. Vários órgãos públicos estarão envolvidos na implosão, como a Secretaria de Segurança Pública, a Defesa Civil, o Departamento de Trânsito (Detran) e o Corpo de Bombeiros. Cerca de 400 pessoas devem trabalhar na execução da tarefa, entre elas, 280 agentes militares e policiais civis. O perímetro fechado será de 2.190 metros, com raio de segurança de 300 metros.

O Hotel das Nações (E) e o Alvorada (D): destruídos em cinco segundos (Denio Simões/Esp. CB/D.A Press)
O Hotel das Nações (E) e o Alvorada (D): destruídos em cinco segundos


Proteção
Um forte esquema de segurança foi armado para a implosão, programa para durar apenas cinco segundos. O major Alexandre Ataídes explica que a precaução é necessária por conta dos riscos. “Estamos trabalhando para evitar acidentes. Para isso, contamos com a colaboração da população, de forma que ela não circule próximo à área”, explica. Durante todo o dia de ontem, operários retiravam do prédio esquadrias e janelas. As escadas e algumas lajes foram parcialmente destruídas para facilitar a demolição. O edifício da Amil recebeu proteção especial por causa do acabamento de vidro. Andaimes e tela de nylon serão colocados ao redor do prédio.

O projeto para a construção dos dois novos prédios ainda não foi finalizado pela JC Gontijo. A ideia é que os hotéis tenham 17 pavimentos e os quartos sejam ampliados de 16m² para 25m². “Fizemos todos os testes e, infelizmente, não dava para aproveitar as antigas estruturas”, declarou Gustavo Fantato, superintendente de Engenharia da JC Gontijo. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional disse que ainda não recebeu os projetos, mas adianta que o número de andares dos edifícios implodidos deverá se manter. “O tombamento é claro: os gabaritos dos prédios devem ser mantidos”, explicou o superintendente do Iphan, Alfredo Gastal.

Vagas
O estacionamento do Estádio Nacional de Brasília será utilizado como local alternativo para os usuários dos hotéis, dos shoppings e dos demais estabelecimentos que estão dentro do perímetro de segurança estabelecido e terão seus estacionamentos interditados para a implosão.

Esqueletos implodidos
Setembro de 2010

Após 17 anos de abandono, o esqueleto de um prédio no Setor Hoteleiro Norte foi demolido (foto) em cinco segundos. A implosão estava marcada para as 10h, mas os explosivos só foram detonados oito minutos depois. Hóspedes de hotéis vizinhos tiveram de deixar os prédios antes das 8h. Ao todo, 400 homens, entre policiais civis, militares, bombeiros e servidores da Defesa Civil, trabalharam na operação. O terreno vai abrigar um hotel de luxo, que deve ficar pronto até o fim de 2012. Serão 323 apartamentos distribuídos em 16 pavimentos, com vagas de estacionamento em dois subsolos.

Janeiro de 2007

O Governo do Distrito Federal pagou R$ 200 mil pela implosão de um prédio (foto) no Setor de Clubes Sul, às margens do Lago Paranoá.O esqueleto ficou no local por mais de 20 anos. Seria construída uma filial do badalado hotel Caesar Park, mas as obras foram embargadas e não puderam ser retomadas por conta do tombamento. Hoje o terreno abriga um apart-hotel.

Fevereiro de 2007
No Setor Comercial Sul, um esqueleto abandonado deu lugar a três torres de escritórios. O projeto do edifício que abrigaria o centro comercial Bi Ba Bô ficou abandonado durante quase 15 anos.

Abril de 2007
Foi demolido um esqueleto que durante quase 20 anos deixou menos bonita a paisagem do Lago Norte, uma das áreas mais nobres da capital. Projetada para abrigar um shopping, a edificação foi paralisada depois que o governo reclamou a propriedade do terreno. No local, foi construído um novo e luxuoso centro comercial, o Iguatemi Brasília.

 Diego Amorim e Mara Puljiz para o Correio web.