Entre as ruas fechadas estão parte da W3 Sul, da W3 Norte, da W4 Sul, do Eixo Monumental e da S3, próxima ao Setor Comercial Sul. Além disso, as vias S1 e S2 serão totalmente interditadas até o término da operação. No Pátio Brasil, os cinemas e a praça de alimentação funcionarão a partir das 12h. As lojas deverão ter expediente das 14h às 20h.
Hoje, a partir das 23h, todo o Setor Hoteleiro Sul ficará cercado e os estacionamentos serão fechados a fim de impedir o acesso de veículos. Até o fim da ação, os serviços estarão paralisados. Alguns estabelecimentos terão programação especial para os hóspedes. O Bristol, localizado ao lado do Hotel das Nações, alugou um ônibus e fará uma excursão com as 60 pessoas que têm reserva para o dia. “Demorou para sair a data certa, então não podíamos deixar de marcar diárias. Os hóspedes gostaram da nossa alternativa”, explicou o gerente do hotel, Djacir Coelho.
Para a implosão, a empresa JC Gontijo gastará R$ 650 mil por prédio. Foi a empreiteira que comprou, em uma investida milionária, em junho, os dois antigos hotéis. O plano de fogo demorou um mês para ser completamente finalizado e serão gastos 500kg de explosivos. Vários órgãos públicos estarão envolvidos na implosão, como a Secretaria de Segurança Pública, a Defesa Civil, o Departamento de Trânsito (Detran) e o Corpo de Bombeiros. Cerca de 400 pessoas devem trabalhar na execução da tarefa, entre elas, 280 agentes militares e policiais civis. O perímetro fechado será de 2.190 metros, com raio de segurança de 300 metros.
O Hotel das Nações (E) e o Alvorada (D): destruídos em cinco segundos |
Proteção
Um forte esquema de segurança foi armado para a implosão, programa para durar apenas cinco segundos. O major Alexandre Ataídes explica que a precaução é necessária por conta dos riscos. “Estamos trabalhando para evitar acidentes. Para isso, contamos com a colaboração da população, de forma que ela não circule próximo à área”, explica. Durante todo o dia de ontem, operários retiravam do prédio esquadrias e janelas. As escadas e algumas lajes foram parcialmente destruídas para facilitar a demolição. O edifício da Amil recebeu proteção especial por causa do acabamento de vidro. Andaimes e tela de nylon serão colocados ao redor do prédio.
O projeto para a construção dos dois novos prédios ainda não foi finalizado pela JC Gontijo. A ideia é que os hotéis tenham 17 pavimentos e os quartos sejam ampliados de 16m² para 25m². “Fizemos todos os testes e, infelizmente, não dava para aproveitar as antigas estruturas”, declarou Gustavo Fantato, superintendente de Engenharia da JC Gontijo. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional disse que ainda não recebeu os projetos, mas adianta que o número de andares dos edifícios implodidos deverá se manter. “O tombamento é claro: os gabaritos dos prédios devem ser mantidos”, explicou o superintendente do Iphan, Alfredo Gastal.
Vagas
O estacionamento do Estádio Nacional de Brasília será utilizado como local alternativo para os usuários dos hotéis, dos shoppings e dos demais estabelecimentos que estão dentro do perímetro de segurança estabelecido e terão seus estacionamentos interditados para a implosão.
Esqueletos implodidos
Setembro de 2010
Após 17 anos de abandono, o esqueleto de um prédio no Setor Hoteleiro Norte foi demolido (foto) em cinco segundos. A implosão estava marcada para as 10h, mas os explosivos só foram detonados oito minutos depois. Hóspedes de hotéis vizinhos tiveram de deixar os prédios antes das 8h. Ao todo, 400 homens, entre policiais civis, militares, bombeiros e servidores da Defesa Civil, trabalharam na operação. O terreno vai abrigar um hotel de luxo, que deve ficar pronto até o fim de 2012. Serão 323 apartamentos distribuídos em 16 pavimentos, com vagas de estacionamento em dois subsolos.
Janeiro de 2007
O Governo do Distrito Federal pagou R$ 200 mil pela implosão de um prédio (foto) no Setor de Clubes Sul, às margens do Lago Paranoá.O esqueleto ficou no local por mais de 20 anos. Seria construída uma filial do badalado hotel Caesar Park, mas as obras foram embargadas e não puderam ser retomadas por conta do tombamento. Hoje o terreno abriga um apart-hotel.
Fevereiro de 2007
No Setor Comercial Sul, um esqueleto abandonado deu lugar a três torres de escritórios. O projeto do edifício que abrigaria o centro comercial Bi Ba Bô ficou abandonado durante quase 15 anos.
Abril de 2007
Foi demolido um esqueleto que durante quase 20 anos deixou menos bonita a paisagem do Lago Norte, uma das áreas mais nobres da capital. Projetada para abrigar um shopping, a edificação foi paralisada depois que o governo reclamou a propriedade do terreno. No local, foi construído um novo e luxuoso centro comercial, o Iguatemi Brasília.
Diego Amorim e Mara Puljiz para o Correio web.
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