quarta-feira, 11 de maio de 2011

Estados do Nordeste ainda sofrem consequências das chuvas


A intensidade da chuva diminuiu no Nordeste brasileiro nesta terça-feira (10), principalmente nos Estados mais afetados --Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte. O acúmulo de água, no entanto, ainda causa transtorno à população.

Em Pernambuco, o número de municípios em situação de emergência saltou de 16, na quinta-feira passada, para 26. Outros nove continuam em estado de calamidade pública desde o último dia 5: Água Preta, Barreiros, Catende, Cortês, Jaqueira, Maraial, Palmares, Primavera e Xexéu.

Segundo o Lamepe (Laboratório de Meteorologia de Pernambuco), os rios Una, Capibaribe e Mundaú seguem acima do nível normal, mas sem registros de transbordamentos.

A Codecipe (Coordenadoria Estadual da Defesa Civil) afirmou que o Estado contabiliza 10.671 famílias desalojadas, transferidas de suas casas por risco iminente de inundação ou acidentes. Outras 5.137 tiveram as casas destruídas e estão desabrigadas. As prefeituras disponibilizaram 218 abrigos públicos para a população afetada. Interessados em efetuar doações devem procurar a Defesa Civil de seus Estados com comida, água e roupas.

A Secretaria Nacional de Defesa Civil liberou R$ 18 milhões para os nove municípios em estado de calamidade pública em Pernambuco.

Na manhã de hoje, o governador Eduardo Campos (PSB) inaugurou uma sala de situação da Agência Pernambucana de Águas e Clima, com 93 funcionários e sete plataformas integradas de coleta de dados. Segundo Campos, a tecnologia deverá auxiliar no monitoramento da bacia hidrográfica do Estado e minimizar danos humanitários até soluções definitivas: "Antes da construção das barragens, esse é um instrumento para dar segurança à população ribeirinha", afirmou.

ALAGOAS

Segundo informações da Associação dos Municípios Alagoanos, as cidades de Jacuípe, Jundiá, São Luis do Quitunde, Novo Lino, Porto de Pedras, Japaratinga, Colônia Leopoldina, Campestre e São Miguel dos Milagres decretaram situação de emergência devido às chuvas.

A situação mais grave, segundo Margarete Bulhões, 45, secretária da associação, é a do município de São Luís do Quitunde, que registrou, em 29 de abril, a morte de uma menina por soterramento. Bulhões também disse que, no último informativo da Defesa Civil, datado de 4 de maio, havia registro de mil desalojados (em casa de parentes) e 4.500 desabrigados (em abrigos públicos). Os números subiram nos últimos dias e, agora, 6.200 pessoas estão desabrigadas e desalojadas em Alagoas.

A região norte do Estado foi a mais atingida, especialmente os vales dos rios Mundaú e Paraíba.

O diretor de gestão ambiental da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Alagoas, José Gino de Oliveira, 39, disse que a situação dos rios está sob controle: a chuva diminuiu e não há risco iminente de transbordamentos. Ele informou que a situação em Jacuípe (a 124 km de Maceió), que chegou a ficar isolada por alguns dias, já voltou ao normal.

PARAÍBA

Na Paraíba, as fortes chuvas que ainda atingem o Estado deixaram entre 800 e 900 famílias desalojadas, num total de 4.000 pessoas. Não há mortos ou feridos, mas treze municípios seguem em estado de emergência.

A lista inclui a capital, João Pessoa, onde alguns bairros estão em situação de risco, Campina Grande e Bayeux. Juntas, as três cidades abrigam mais de 1,1 milhão de pessoas. Outras cidades em estado de emergência são Arara, Areial, Barra de Santana, Ingá, Umbuzeiro, Itabaiana, Natuba, Pilar, Salgado de São Félix e Santa Rita.

Segundo o secretário-executivo de Infraestrutura do Estado, Carlos Alberto Dantas Bezerra, a ajuda federal ainda não chegou. "O governador (Ricardo Coutinho, do PSB) comunicou o ministro da Integração Nacional (Fernando Bezerra de Souza Coelho, do PSB) e o secretário-nacional (coronel Humberto de Azevedo Viana Filho), mas ainda não recebemos nada", afirmou.

A Secretaria Nacional de Defesa Civil confirmou a liberação de recursos para Pernambuco e informou que o pedido dos municípios paraibanos está pendente por falta de documentos.

CHUVAS MENOS INTENSAS

Choveu em Recife e Maceió na manhã desta terça. Na capital pernambucana, ainda há nuvens, mas sem chuva. Em João Pessoa e Natal, choveu de madrugada e no início da tarde.

Segundo a meteorologista do Cptec/Inpe Mônica Lima, a tendência para os próximos dias é de arrefecimento da chuva. "[Esperamos] Um dia instável entre Alagoas e Pernambuco, com alguma chuva mais forte em PA e RN, mas sem atenção", afirmou.

http://www.defesacivil.gov.br/midia/corpo.asp?id=68451

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