Brasília – Promover uma mudança de foco e de
cultura. Esse foi um dos principais objetivos dos simulados de preparação para
desastres promovidos, no último sábado (28), pelo Ministério da Integração
Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec).
A ação envolveu as comunidades Vale do
Reginaldo, em Maceió (AL); Córrego do Sargento, em Recife (PE), e Loteamento
Bosque Real, em Salvador (BA), escolhidas devido ao grau de risco ao qual estão
expostas.
O exercício iniciou com o aviso de chuvas (com
níveis pluviométricos elevados) enviado pelo Centro Nacional de Gerenciamento
de Riscos e Desastres (Cenad) às Coordenadorias Municipais de Defesa Civil,
que, por sua vez, emitiram o alerta à população. Em seguida, o simulado
abrangeu desocupação das áreas vulneráveis, encaminhamento a abrigos e
cadastramento de vítimas.
Avaliação - As simulações
funcionaram como teste para avaliar o preparo das coordenadorias estaduais e
municipais, assim como de seus sistemas de alerta; a mobilização das comunidades
no atendimento às orientações; e a eficiência sistemas de cadastramento. “Com
base na avaliação dos erros e acertos dos simulados, vamos elaborar um plano
nacional de prevenção de desastres para ser adotado em todo o país”, afirmou o
secretário nacional de Defesa Civil, Humberto Viana.
Segundo ele, após os primeiros exercícios, a
intenção é estender a ação por todos os estados brasileiros, de forma a mudar o
foco, da resposta para a prevenção. “Precisamos mudar a cultura que temos hoje
de só responder aos desastres. O foco deve estar na prevenção. Por isso estamos
realizando os simulados, primeiramente em três estados, e depois em todo o
Brasil, para capacitar a população e evitar desastres”, explicou Viana.
Há oito anos morando no Córrego do Sargento,
em Recife (PE), Gorete Santos avaliou o exercício como muito importante para
preparar a comunidade local para enfrentar as chuvas que estão por vir. “Foi
bom porque as pessoas também aprenderam que não podem cavar as barreiras, nem
jogar lixo nos bueiros. Temos que cuidar mais do local que a gente mora”,
completou a moradora, ao declarar que já saiu várias vezes de casa para fugir
das águas.
Engajamento - Além do apoio
logístico e técnico das Coordenadorias Estaduais e Municipais de Defesa Civil
de Alagoas, Bahia e Pernambuco e do Centro Universitário de Estudos e Pesquisas
sobre Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina (CEPED/UFSC), os
simulados tiveram a participação da polícia militar, corpo de bombeiros,
guardas de trânsito, sociedade civil organizada (Núcleos Comunitários de Defesa
Civil) e integrantes das coordenadorias de várias regiões do Nordeste.
Para o coordenador estadual da Defesa Civil da
Paraíba, Walber Rufino, que acompanhou a simulação em Recife, o exercício
proporcionou uma ótima troca de informações. “Aqui tivemos a oportunidade de
ver, na prática, a experiência de outro estado. Foi uma iniciativa louvável que
merece ser levada para todo o país”, avaliou.
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